Kalgahan a cidadela das mil masmorras
(uma adaptação do Cenário descrito em Dungeon Fantasy Setting CavernTown)
Em algum momento do passado há muito esquecido, as Forças do Mal
planejaram irromper no mundo, mergulhando-o em dor, loucura e noite eterna. Na
realidade, a cada punhado de gerações humanas faz uma tentativa. Ocasionalmente,
uma ofensiva goza de algum grau de sucesso, com heróis intrometidos que só
conseguem reagir depois de um Império do Mal ser esculpido. Na maioria das
vezes, os campeões do Bem acabam cortando o mal pela raiz, literalmente!
O que é digno de nota sobre essa tentativa em particular foi que o
Mais Antigo dos Anciões, Aquele Cujo Nome Jamais Deve Ser Mencionado (seu verdadeiro
nome é desconhecido e impronunciável), sabendo que os heróis poderiam
interferir somente naquilo que eles conheciam, reuniram Suas forças além do Tempo
e espaço. Seu plano era translocar toda sua legião de criaturas horrendas no
mundo mortal em uma enorme bolha de magia similar ao Feitiço “Portal”, contudo
não haveria portal para que os guerreiros do Bem pudessem selar. Ele invocou
Seus poderes divinatórios indescritíveis para calcular o tempo perfeito (quando
as estrelas estavam certas) e lugar: em meio aos exércitos reunidos do Bem,
cujos adivinhos tinham advertido quando e onde esperar problemas (mas não
forneceu detalhes) Coisas Rastejantes apareceriam entre os mortais miseráveis,
deixando-os loucos. Glorioso!
O que o Mal não esperava é que o intrometido desta vez seria um vilão:
Aloloch Três Coroações, um megalomaníaco feiticeiro-clérigo que serve o mal de
um tipo mais mundano - o tipo envolvendo mortos-vivos, demônios, varinhas com
ponta de caveira e o próprio Xyborh, Deus do Caos e Destruição, Senhor de todos os Baatezuus! Informado por seus rituais obscenos, Aloloch
decidiu mudar uma montanha nas proximidades e colocá-lo no mesmo local escolhido.
Isto é, no topo do Grande Exército do Bem. Sutil? Não. Efetivo? Sim.
Bem no horário, a montanha de Aloloch mudou e a bolha contendo o exército
do Mal também apareceu. . . dentro da montanha! A bagunça resultante arruinou o
dia de todos. A bolha empurrou a montanha um pouco para fora do alvo, por isso,
embora muitos guerreiros do bem tenham perecido esmagados, muitos sobreviveram.
A bolha não foi projetada para lidar com uma montanha e tinha poder suficiente
para deslocar apenas uma parte dela. Além disso a maioria de suas legiões foram
deixadas para trás e as forças que conseguiram atravessar foram enjaulados
dentro de uma caverna perfeitamente em forma de cúpula dentro da montanha.
Neste ponto, a serva mais dedicada das Forças do Bem - conhecida como
Santa Angelina - apelou aos Céus implorando por um pouco de ajuda. Invasores do
Além do Tempo e Espaço, mais um arcanista mortal arrogante brincando de deus foram
o suficiente para chamar a atenção dos Deuses. Aloloch foi aniquilado sem
nenhum teste de resistência. Então Gehena, a Deusa da Terra abriu um buraco na montanha; Oros
o Deus Sol iluminou o lugar e Santa Angelina levou o restante do exército para
dentro com o santo apoio. Foi uma dura batalha, mas as Coisas Rastejantes foram
aniquiladas.
Percebendo que este lugar era o ponto focal para o sobrenatural - três
diferentes adivinhações (do Ancião, de Aloloch e dos Servos do Bem) - e inundada
com forças misteriosas do Além do Espaço-Tempo, magicamente distorcido pelos
esforços de Aloloch, e tocado por não um, mas dois deuses, os exércitos do bem julgaram necessário
garantir a segurança daquele lugar. Eles construíram um forte literalmente no
topo da entrada para a caverna e um posto avançado dentro da caverna. E assim
nasceu a Cidadela de Kalgahan, a cidade dentro da Caverna, a cidadela das mil
masmorras...
Naturalmente, a intervenção dos deuses trouxe peregrinos, a presença
de um exército trouxe comerciantes e famílias, e logo o lugar era uma pequena cidade. Então uma grande cidadela, crescendo maior a cada ano. Graças à bênção da luz
de Oros (aparentemente permanente) e à abundância de energia sobrenatural, Kalgahan
mostrou-se não apenas viável, mas próxima de autossuficiente.
Como todos os assentamentos, Kalgahan teve seus altos e baixos. Para
começar, o motivo daquele lugar ser sobrenatural está intimamente ligado a
várias masmorras abaixo da montanha formadas há milênios, frequentemente os
habitantes de Kalgahan sofriam com visitas hostis dos horrores que viviam no
subterrâneo. Isso levou à adição de defesas de perímetro. A maioria dos cidadãos
antigos na cidade hoje – velhos anões e gnomos, elfos sombrios imortais, magos
que enganaram a morte e alguns mortos-vivos bem escondidos – ainda se recordam
dos ataques, resmungando sobre os altos impostos que até hoje pagam por isso!
Depois houve os esforços de vários governantes. Estes eram inicialmente
comandantes do exército permanente - mas, como os defesas de Kalgahan estavam
firmes e o Mal encontrava outras terras para invadir, a maioria dos as Forças
do Bem foram chamadas embora, deixando apenas um pequeno quadro de defensores
juramentados, a Ordem de Santa Angelina. Nesse ponto, Kalgahan fazia mais
sentido como uma cidade do que como um posto avançado militar, e autoridade
passou para um dos barões, denominado "Prefeito". Os primeiros
Prefeitos eram ambiciosos, realizando projetos de engenharia magicamente
assistidos às vezes com sucesso, ocasionalmente com desastre (como por exemplo
rumores sobre ataques de aranhas de bronze que fechou uma obra que envolvia
tuneis subterrâneos de vagões movidos a vapor e magia).
Os prefeitos de Kalgahan desde aqueles dias exibiram personalidades
que vão de "piedosamente benevolentes" até "gananciosos"
para "tiranos de ferro pouco melhores do que Aloloch”. Durante alguns dos
períodos mais escuros, a cidade era um perigo maior para os monstros do que os
monstros, empurrando seus túneis cada vez mais longe, esculpindo masmorras de
seus próprio para as futuras gerações se preocupar, e tropeçando em algumas coisas
que tiveram que fugir. As más línguas dizem que tudo isso tinha relação com o
rei ordenando prefeitos para “lidar” de qualquer maneira com novas descobertas
horríveis nas profundezas.
Kalgahan tem estado relativamente estável ultimamente. Anões e gnomos
se tornaram mais numerosos devido a sua disposição de permanecer na
clandestinidade, e agora são tão comuns quanto os humanos, o que é incomum para
um assentamento humano. Essas três raças representam praticamente 3/4 da
população. Porém também há representantes de todas as outras raças do Mundo
Conhecido: elfos sombrios, goblins, hobgoblins, meio orcs, meio ogros, coleópteros, infusos, gárgulas, minotauros;
alguns poucos elfos e meio elfos, mesmo fadas, leprechauns etc etc.
Para manter a paz (e minar dinastias com sonhos de independência), o
decreto real afirma que os humanos, anões, e os gnomos se revezarão como prefeitos.
O atual prefeito é uma gnomo: Petunia Widgery,
do endinheirado clã Widgery originado da vila próxima de Noddington. Ela é uma
hábil artífice e membro da Guilda dos Artífices. De pele acinzentada e de
óculos, deve seu sucesso aquela guilda, dinheiro da família, e sorte direta.
Ela desenvolveu suas habilidades políticas no trabalho - os cidadãos mais
antigos se lembram dela como não diplomática. Verdadeiramente dedicada a Kalgahan,
o seu foco é "melhorar as defesas", emitindo bestas e escorpiões cada
vez melhores (que as tropas adoram) e instalando armadilhas elaboradas em
estranhos lugares.
Mas Petúnia não governa solitária. O Conselho da Cidadela composto por
quatorze assentos ocupados pelos mais renomados e poderosos membros das guildas
e organizações de Kalgahan: os comandantes da Vigília da Cidade e da Ordem de
Santa Angelina; a Alta Sacerdotisa de Gehena, deusa da terra e o Alto Sacerdote
de Oros Deus-Sol; o Druida-Mor da Cidade; os mestres das guildas mais poderosas
(Aventureiros, Alquimistas, Armeiros, Artífices, Hospitalidade e Magos), a
Câmara de Comércio e a Irmandade dos Bardos); e uma tribuna (no momento, um
sujeito anão chamado Mig Stakkels) eleito pelos cidadãos, que leva as queixas
das pessoas à Prefeitura. Enfim, a tribuna é o único sopro da democracia aqui.
E, é claro, há as milhares de masmorras espalhadas pela infinidade de
galerias subterrâneas naturais ou não a volta de Kalgahan; algumas utilizadas por
anões para mineração, ou são covis de feiticeiros (ou necromantes) poderosos ou perigosos monstros, ou
até mesmo cidadelas bem armadas de elfos sombrios adoradores de uma Rainha
Aranha, ou quem sabe criaturas rastejantes servos do Antigo Ancião, que
sobreviveram à Grande Batalha dos Deuses? Não é à toa que Kalgahan é conhecida
como a cidadela das mil masmorras!
E todos os prefeitos que já passaram por Kalgahan tem feito um esforço para atrair aventureiros
para explorá-las - para encher os cofres
da cidade - então sempre haverá guerreiros bem armados, ladinos e conjuradores
em mãos, caso os monstros se tornem arrogantes ou um novo Aloloch venha a
surgir. E a fama de Kalgahan como a
cidadela das mil masmorras atrai cada vez mais curiosos, turistas e aventureiros
dispostos a enfrentar os perigos em suas profundezas.
E na esteira dos exploradores, vem os artífices, mercadores, taverneiros,
soldados, clérigos curandeiros – e uma infinidade de outras profissões - interessados
em fornecer toda sorte de produtos e serviços como armas, armaduras, equipamentos
e provisões aos aventureiros, além de lucrar com os despojos trazidos das
masmorras. E, obviamente, muitos criminosos: assassinos, ladrões, contrabandistas,
malandros, cafetões, toda a sorte de membros da máfia. Kalgahan pulsa
intensamente com incontáveis possibilidades de aventuras!
Mil masmorras? Se eu fosse o prefeito, ficaria mais preocupados com os tesouros roubados de cima do que aqueles encontrados abaixo, hehehe
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