Da série Artefatos mágicos: A Espada de Darius



Vou lhes contar a estória de um jovem e intrépido guerreiro, uma estória de um amor trágico, de morte, de vida além da morte...

A lenda da Espada de Darius



Darius Lycidus era um corajoso guerreiro, órfão de pai e mãe, foi adotado por religiosos que o treinaram para ser o mais feroz caçador de vampiros, criaturas que infestavam o reino. Um reino distante, além da escuridão. O nome do reino se perdeu na memória agora na mente fragmentada de Darius...

A pior dessas criaturas, um lorde vampiro, tentou de diversas formas destruir o jovem Darius. Deus ordens aos seus servos - humanos e criaturas da noite - a armar emboscadas para surpreendê-lo e matá-lo... Mas tudo foi em vão. Darius era intrépido, sortudo e um hábil espadachim!

Contudo, Darius tinha um ponto fraco, Sua amada esposa Lydia. Uma bela e alva jovem de cabelos negros como a noite e olhos azuis da cor do céu da primavera. Era uma paixão de infância que amadureceu e se tornara mais forte e intensa que tudo.

Ele fazia tudo por ela. Para mantê-la a salvo ele nunca permitiu que ela revelasse que era sua esposa. Ela vivia na casa de seus pais, em uma fazenda, criando porcos selvagens e cultivando o mel de abelhas. Raramente era vista, a não ser quando precisava ir até a vila próxima para vender seus produtos e comprar mantimentos.

De alguma maneira o Lorde Vampiro tomou conhecimento da esposa de seu inimigo. Ele enviou seus servos para encontrá-la, com ordens expressas para levá-la viva... Ele tinha planos especiais para ela...

Darius tomou conhecimento dos planos do Lord Vampiro e tentou impedir. Ele entrou em uma armazém onde um grupo de vampiros mantinham sua amada como refém.

Porém infelizmente enquanto travava uma furiosa batalha com seus algozes dentro do lugar, acidentalmente deixou cair uma lamparina em um monte de feno... as chamas rapidamente se alastraram pelo lugar. Cercado pelas criaturas e pelas chamas, mal teve tempo de escapar, carregando sua amada inconsciente.

Ele tentou acordá-la mas a fumaça das chamas ja havia extraído seu espirito, deixando apenas uma casca vazia, sem vida. Consternado, Darius jurou que cravaria uma estaca no coração de seu arqui-inimigo!

O nosso herói partiu em busca de vingança...

(...)

Conde Strahd von Zarovich era um vampiro secular e experiente e que sabia manipular mentes e intentos a seu favor. A morte da amada esposa de seu inimigo serviria muito bem a seu propósito...

Quando Darius chegou ao Castelo de Baróvia ele caiu em uma armadilha. Cercado por dezenas de criaturas da noite, esbarrando a cada metro em uma infinidade de armadilhas criativas postas pelo seu adversário, Darius sucumbiu. Aprisionado foi levado à presença do Conde, que como presente deu a ele o pior destino a um caçador de vampiros... O dom da noite!

Transformado no que mais odiava, Darius passou dias lutando contra a crescente terrível sede que invadia suas entranhas. Até que não teve outra alternativa senão se alimentar. Era uma criança, uma menina de algum pobre fazendeiro da região.

Horrorizado ele amaldiçoou os deuses pelo seu destino. Tentou tirar a sua própria vida cravando uma adaga em seu peito. Porém, o dom da noite não era algo que poderia ser tirado tão facilmente dele... Era uma maldição e um fardo que jamais seria aliviado de seus ombros!

O Conde Vampiro se regozijava em ver aos poucos a loucura se apossar da mente de seu pior inimigo. A bondade, a compaixão e toda virtude que havia naquele coração sendo consumida pelo ódio, rancor e desejo por sangue!

Darius se tornou um dos piores servos de Conde Von Zarovich. Um formidável vampiro que passou a aterrorizar a todos que ousassem ao menos falar mal de seu mestre!

Contudo, Darius não nutria grandes amores pelo seu Senhor. Em seu interior buscava uma forma de vingar-se dele, tomando para si tudo o que o Conde possuísse! Corrompido pelo mal que agora corria em suas veias, o jovem vampiro já não buscava justiça, apenas vingança e reparação, poder e sangue!

(...)

Um dia Darius tentou tomar o poder e falhou. Lorde Zarovich era um vampiro precavido e esperto. Nosso anti-herói teve que fugir, perseguido pela fúria desencadeada pelos servos de seu antigo mentor.

(...)

Com o tempo Rosie aprendeu a entender as palavras de Darius. Ela conheceu sua estória e para sua surpresa seu sentimento não poderia ser diferente. Seu medo, tornou-se admiração... E amor...

Enquanto percorria as florestas de Baróvia ele desapareceu nas brumas. Não obstante o poder do Senhor daquele domínio não permitisse que ninguém escapasse, algo formidável e estranho ocorreu... Aparentemente os Poderes de Ravenloft queriam que Darius saísse daquela prisão...

Escondido entre as sombras dos galhos daquela floresta , aquele resto do que seria homem se arrasta no solo úmido e viscoso tentando escapar dos raios de sol que tanto ferem a sua pele. Ali aquele sol queima a pele de uma forma que jamais imaginou muito diferente do lugar de onde veio!

Esgueirando-se por debaixo de troncos apodrecidos, Darius encontra nas raízes expostas de um grande carvalho ancestral, tombado pelos anos, um lugar para escapar daquele desgosto. As lembranças de rancor e ódio são a unica coisa que ele ainda tem para se agarrar. Até mesmo sua vingança arrancada de seus braços, aquele único momento em que ele teria paz...

A fome se tornava cada vez mais avassaladora e insustentável, sem de onde tirar seu sustento, enfraquecido pela ausência de sangue... Ele desaba, inconsciente...

(...)

Rosie não esperava o que o destino ia reservar para ela. Parecia mais um dia como outro qualquer. Caminhar pela floresta. Coletar ovos, cogumelos, raízes e pequenos frutos para o desjejum. Seu pai ia voltar em algumas horas, esfomeado e ela precisava preparar a sua refeição!

Enquanto caminhava entre as árvores, próxima ao velho carvalho caído ouviu estranhos grunhidos e gemidos. Não parecia um animal qualquer. Curiosa, resolve investigar. Aqueles estranhos barulhos vinham justamente debaixo daquela velha árvore apodrecida e derrubada pelos próprios longos anos.

Uma sombra descansava debaixo das raízes. Sem medo ela se aproxima. Uma criatura imunda, coberta de lama, galhos e folhas, parecendo um humanoide (seria uma espécie de orc?), descansa debaixo das raízes olorosas do velho carvalho...

Ela se aproxima. A criatura é fria ao toque, gélida por sinal. Estaria morta? Se esgueirando pelo nicho, debruça sobre ela tentando ouvir sua respiração; nada... Nesse instante a criatura abre os olhos, olhando diretamente em seus olhos... Olhos negros como a noite e presas compridas saem de sua boca... Ela dá um urro e avança sobre a jovem!

Ela tenta escapar mas é rapidamente dominada por aquelas mãos fortes e brutas... A criatura avança aproximando suas presas do pescoço de Rosie. Embora ela grite e tente se desvencilhar é inútil resistir!

Mas algo estranho acontece... Quando Rosie estava rendida, a criatura se detém... Ela não cumpre o desígnio que seu instinto obrigava a fazer... A criatura fala em uma língua estranha algumas palavras estranhas, mas os gestos são conhecidos. Ela pede para ela se afastar. E se arrasta para mais fundo daquele buraco escuro!

Um sentimento estranho invade o coração de Rosie. Há algo de conhecido naquela criatura. Algo que lhe dá pena... Ela não consegue se afastar...

(...)

Quando Darius sentiu a presença de um coração quente e pulsante próximo logo recobrou a consciência. Uma vítima para saciar sua sede! Finalmente... Ele logo deu o bote tão rápido quanto suas forças restantes ainda permitiam...

Porém quando ele olhou nos olhos daquela jovem, um sentimento estranho se apossou dele... Aqueles olhos azuis profundos. Aquela pela alva. Aqueles cabelos desgrenhados negros como a noite. Tão parecida com sua amada Lydia...

Um sentimento de culpa combinada com fascinação o deteve. Como se alimentar de alguém que lembrava tanto a única pessoa que realmente amou? Ele reteve seu ímpeto, contendo sua sede quase insuportável...

“Vá embora! Afaste-se de mim! Fuja enquanto pode!”

Mas aquela jovem de orelhas pontudas, parecia não ter medo dele! Por mais assustador que ele tentasse parecer!

(...)

A curiosidade dela é muito maior que qualquer medo que poderia ter daquela estranha criatura. Ela queria saber o que é aquele humanoide fazia ali, de onde ele veio e porque ele se tornou aquele ser tão assustador?

Mas a criatura não queria conversa... ela sempre que se aproximava era recebida com ódio, horror e urros... Todos os dias ela voltava a mesma árvore, levando algumas sobras de comida para saciar a fome da criatura. Mas ela recusava tudo arremessando longe sua oferta. De alguma maneira a fome daquela criatura não seria saciada pelo que ela oferecia...

(...)

Foi difícil... Mas a insistência daquela jovem todos os dias voltando ao mesmo lugar oferecendo seu alento a Darius... começou a quebrar aquela barreira que o vampiro ergueu... A jovem percebeu que por trás daquela aparência assustadora de besta havia um homem condenado a viver uma maldição.. E o fascínio de Darius pela similaridade daquela jovem com sua amada esposa... será que ele sentia novamente seu coração bater?

Ela logo descobriu que pequenos animais vivos saciavam a sede da criatura. Mesmo sendo contra seus princípios ele entendeu que era unica maneira de manter seu mais novo amigo vivo... Ela o visitava levando pequenos animais, roedores e passarinhos para que pudesse se alimentar...

Quando ele contou a ela sobre sua maldição se lembrou de estórias que seu pai contava para ela quando era pequena. Sobre um velho ermitão, um poderoso feiticeiro que vivia no interior da floresta. Seu nome era... Como era seu nome? Algo Sombrio... Oldshadow... Velha Sombra... Velho Rhys Sombrantiga...

Quem sabe esse poderoso feiticeiro poderia descobrir o segredo de como curar Darius? Retirar sua maldição?

(...)

Mal poderia acreditar na sorte que ele tinha... Aquela jovem aparecer em seu covil contando aquela estória... Muito conveniente. Depois de tantos anos e experiências buscando criar o artefato perfeito e agora o destino aparece em sua porta!

Sim, finalmente poderia terminar seu trabalho de tantos anos... Com o sangue daquele vampiro em suas mãos, a sua arma definitiva finalmente seria forjada e o destino do Reino estaria em suas mãos!

Darius ainda não confiava nas palavras de Rosie. Como assim um feiticeiro poderia fazer aquilo que nem mesmo seu antigo mestre poderia fazer: curar aquele maldito desejo por sangue?

Porém bem no fundo do que restava de sua alma, uma chama de esperança se acendeu. Ele concordou em visitar com sua amiga o tal velho mago.

(...)

Rhys morava nas profundezas da floresta, em uma região pantanosa e de difícil acesso, onde as copas das árvores se entrelaçavam de tal maneira que a menor luz não penetrava tornando o próprio dia uma noite eterna...

Há anos esperava o ingrediente certo para sua obra prima: uma espada que daria ao seu usuário habilidades sobrenaturais. Para isso ele precisava da alma de uma criatura imortal, um ser que naquele mundo não existia, mas que ele já tinha ouvido falar de sua existência em outros planos.

E de repente chega ao seu conhecimento pelos lábios daquela inocente jovem... Um espécime estava a caminho de seu covil!

(...)

Mesmo não acreditando que a ideia de Rosie daria certo, Darius decide seguir aproveitando o cair da noite, esgueirando-se pelas árvores daquela floresta úmida e fria seguindo de perto os passos de sua mais nova amiga. Rosie segue na frente porque sabia exatamente o caminho. Ela o conhecia bem, já que aquela floresta sempre foi seu lar.

Mesmo contra todos os argumentos de Darius, Rosie não tinha porque duvidar do grande feiticeiro. Um ser antigo, tão antigo quanto a floresta e sábio que já a havia protegido tantas vezes... Seu próprio pai havia revelado a ela como ele a salvou no dia do nascimento, quando a vida de mãe e filha estavam ameaçados por um parto difícil. Graças a ele, dizia seu pai, ela teve a chance de vir a esse mundo.

Infelizmente, o destino não permitiu que ela conhecesse sua mãe, pois ela não resistiu ao grande esforço que fez para trazê-la ao mundo... Mesmo com todo empenho do velho feiticeiro, sua mãe não sobreviveu ao parto.

E como não confiar nas mãos daquele que a trouxe ao mundo. Ele mesmo havia revelado que os deuses tinham grandes planos para ela! E quem sabe ajudar Darius não seria um deles?

Em breve chegariam na choupana, lar do feiticeiro. Um velho e enorme salgueiro moldado pelo próprio arcano para se adequar as suas necessidades. Aquele velho druida conhecia muitas artes arcanas perdidas dos elfos. Dizia-se que algumas eram até proibidas e banidas pelos anciões. Mas quem poderia julgá-lo. Graças ao seu conhecimento ela estava ali para ajudar seu amigo, ela confiava que se alguém teria a capacidade de curar Darius seria o velho Rhys Sombrantiga.

(...)

Rhys esperava Darius e Rosie sentado em uma cadeira de balanço feita de vimes e troncos grossos moldados do próprio salgueiro. Sem precisar fazer qualquer gesto ela era controlada por ele fazendo movimentos leves, para frente e para trás lentamente...

“Seja bem vindo meu jovem Darius. Rosie me falou de você. Ela me disse que tem um pedido para mim... A pergunta é: o que está disposto a dar para ter sua vida de volta?”

“Eu daria qualquer coisa para tirar de mim essa maldição... Perdoe-me a falta de fé, mas o que um velho feiticeiro pode fazer que nem o maior dos vampiros de onde vim, jamais conseguiu fazer?”

Rosie o encarou com um olhar de reprovação, mas antes que falasse algo, Rhys fez um gesto para que ela se calasse e continuou:

“Nâo subestime esse velho. Eu já andava nesse mundo e em outras centenas de mundos quando os antepassados de seu mestre ainda nem haviam pensado em nascer. Já vi muitas coisas; posso afirmar que não há segredo que não possa ser revelado a mim. Mas pergunto de novo: estás disposto a entregar o que tem de mais precioso para ter sua vida de volta?”

“Se conseguir o que está prometendo, SIM!”

“Pois bem, volte aqui amanhã antes do raiar do dia. Mas antes de partir preciso que me dê algo, para usar em meu ritual. Preciso de um pouco de seu sangue.”

Darius achou aquilo muito estranho. Ele sabia que o sangue de um vampiro era muito poderoso e perigoso. Era o equivalente a sua alma. Nenhum vampiro entregava o seu sangue a qualquer um sem ter plena confiança naquela pessoa.

“Porque precisa do meu sangue?”, inquiriu o vampiro.

Rhys franziu a testa, parando de balançar a cadeira e olhou fixamente para Darius nos olhos, impassível: “Não questione. Preciso dele para realizar o ritual. Não tenha medo não pretendo fazer mal a você”.

Para um humano normal aquelas palavras teriam passado desapercebidas. Mas Darius não era humano. Ele percebia detalhes que nenhum mortal notaria: a leve mudança na respiração, o aumento da temperatura corpora, uma oscilação no tom de voz, quase imperceptíveis. Ele percebeu que o velho escondia algo. E com certeza não entregaria seu sangue para alguém que não confiasse.

“Não posso entregar meu sangue a quem não confio. E eu sei que você está mentindo. Definitivamente não temos um acordo. Sinto muito.”

Rosie não acreditou no que ouvia. Como assim aquele cabeça dura, depois de tudo que ela fez, disse “Não”? Como podia ser tão teimoso?

“Como vc pode ser tão teimoso, seu... seu... cabeça-dura! Somente pensando em si mesmo... Nessa seu estado amargurado... constante!”

Rhys a interrompe: “não adianta, minha jovem. Ela já se decidiu. Aparentemente não está pronto para abrir mão daquilo que é mais importante...”

(...)

Rosie não iria desistir tão fácil. Ele insistiria. Convenceria Darius. E o velho feiticeiro sabia disso, bastava esperar. Nos dias seguintes, mesmo contra os alertas do vampiro, ela apareceu em sua choupana praticamente implorando que ele a ajudasse a convencer aquele maldito vampiro arrogante.

Era somente uma questão de tempo, então ele estendeu sua teia, para que aos poucos aquela pequena mosca se enroscasse em seu emaranhado de mentiras e tramoias. 
Ele daria a ela o que ela mais precisava. Um amigo. Uma voz confiável. Um sábio conselheiro. E nos próximos dias, todos eles, ela voltava, alguns deles em prantos. Em busca de um ombro amigo. Do velho feiticeiro. Aquele que ela achava que havia salvado sua vida. AH! Se ela soubesse da verdade...

E quando chegou a hora certa a armadilha estava pronta. Fui um sugestão simples. Um convite para trazer Darius até sua choupana. Bastava ela beber uma poção. Algo que daria a ela o poder para convencê-lo a mudar de ideia. É claro que depois de tantos encontros, tantas conversas, tantos conselhos, ela não poderia desconfiar do velho Rhys. Ele queria o melhor para ela... Ela o fez... e pagou o preço! Para a satisfação do astuto mago.

(...)

Quando Darius recebeu a mensagem de Rhys ele não teve outra opção senão voltar até o covil do bruxo. Ele adentrou a choupana sem hesitar. O Feiticeiro como sempre assentado em sua cadeira o recebeu...

“Mudou de ideia? Vai se submeter aos meus desígnios?”

“Onde está Rosie?”

“Ela está nos subterrâneos, se preparando para o ritual...”
“Leve-me até ela se não quiser que eu rasgue sua garganta agora, mortal!”

“Você não tem poder aqui, meu amigo... E somente está vivo porque eu preciso do seu sangue! Dê me o que eu quero se quiser ver sua amiga ainda viva!”

“Deixe-me vê-la! Antes de mais nada!”

“Um pedido razoável... Venha comigo!”

Com um gesto Rhys ergue as ripas de madeira do piso abrindo uma passagem para o subterrâneo. Degraus feitos de raízes da arvore se formam enquanto eles dão seus passos levando-os cada vez mais fundo nas profundezas da terra.

Eles chegam a uma grande galeria escura e úmida, ídolos em formas estranhas se erguem diante do feiticeiro e do vampiro. Um altar e uma pia de pedra estão adiante deles e a jovem Rosie está deitada no altar inconsciente amarrada dos pés ao pescoço, fortemente, pelos vincos e raízes que se projetam do solo.

“Se der mais um passo, eu darei uma ordem e os vincos irão apertar tão fortemente o pescoço de Rosie que irão quebra-lo...”

Percebendo que suas ações poderiam colocar em risco a vida de sua amiga e amada, ele recuou em seu ímpeto de vampiro. Darius não cometeria o mesmo erro de antigamente. Ele não iria deixar sua amada esposa morrer. Ele cedeu.

“Entregue seu sangue!”

O feiticeiro saca uma adaga ritualística e estende para Darius: “Tome! Corte seus punhos e derrame seu sangue em cima da pia!”

Enquanto Darius cortava seus pulsos e derramava seu sangue, o feiticeiro falava palavras em uma língua estranha. A medida que o sangue esvaia de suas veias, a visão do vampiro ficava mais turva, enfim ele apagou...

(...)

Darius acordou. Ele se sentia estranho. Tudo estava diferente. Ele conseguia ver tudo a sua volta mas não conseguia se mexer. A única coisa que ele sentia era uma sede terrível, uma vontade de saciar sua ânsia por beber sangue.
Diante dele estava o maldito feiticeiro, sorrindo:

“Finalmente, despertou! Eis minha obra prima! Agora você faz parte dos meus tesouros meu amigo! Para sempre!”

“O que você fez comigo, maldito? Porque não consigo me mexer? Onde estão minhas mãos, meus pés, meu corpo?”

“Tolo... Não percebeu ainda? Eu venci! Você não é mais um vampiro, nem um ser vivo. Você é apenas um objeto de minha propriedade. Meu artefato. Um espírito dentro de uma espada! Sua alma estará para sempre ligada a mim! A espada do Rei Vampiro!”

“E onde está Rosie? Pelo menos você cumpriu sua palavra e a libertou?”

“Sim eu a libertei... De toda a culpa e inocência que ela carregava... Veja como ela está satisfeita agora?”

Das sombras sai um vulto vestindo uma túnica negra. Seus cabelos longos e pele pálida branca. Seus olhos antes azuis, agora assumem uma cor escarlate. Um sorriso cruel no rosto. Em seus braços, um recém nascido que ela acaba de se alimentar. O sangue da criança ainda escorre de sua boca de onde se vê duas longas e protuberantes presas afiadas.

“Rosie, meu amor, o que esse maldito feiticeiro fez com você?”

“Ele me deu aquilo que você nunca quis me dar... e que sensação maravilhosa! Ele me deu parte do seu sangue... “

“Rosie, fuja enquanto pode!”

“Porque eu iria querer fugir do que eu tenho mais prazer de fazer agora?”

“O que eu fui fazer? Como fui tolo em pensar que poderia te salvar, minha querida Rosie?”

“Basta! Não me chame mais desse nome... Tenho um nome melhor... A partir de agora eu renasci... E serei chamada de “Mary, a Sanguinolenta!”

Frustrado, Darius tentou gritar, mas palavras não saiam mais de onde deveria haver uma boca:

"Eu juro que um dia eu irei me vingar. Eu juro minha querida Rosie, eu irei me vingar de todos aqueles que nos fizeram mal... e depois te encontrarei,,, prometo que arrumarei uma maneira de te libertar!"



Sobre a espada de Darius:

"Uma espada longa com runas em sua lamina e uma guarda de prata com a base de uma pedra vermelho-sangue, uma ténue aura escarlate a envolve, de forma mais intensa em sua lâmina. Esse brilho se torna mais forte se empunhada por uma criatura de sangue quente..."

A espada do Vampiro-Real, originalmente conhecida como espada deDarius é uma espada longa de altíssima qualidade (+2), quase inquebrável, feito de um raro metal chamado Adamantina, encontrado em minas de Zarak em que os veios foram formados por minérios que cairam dos céus...

Sua lâmina é tão afiada que corta armaduras de metal como couro, couro como tecido, carne como manteiga... Em termos de jogo possui um divisor de RD/2 não mágico, conferido pelo ultraduro metal. Além disso, sua RD, PV e força estrutural é 1/3 maior que o aço embora tenha a mesma densidade e peso que ele.

Mas as habilidades físicas da espada não são nem de longe sua característica mais inestimável. Essa é uma espada senciente, um ser inteligente habita em seu interior: o espirito de Darius, um antigo vampiro que viveu há centenas de anos antes do Banestorm.

A espada adquiriu as forças e fraquezas do vampiro: seus sentidos aguçados, habilidade de detectar seres vivos que tenham sangue, conferindo a quem a carregar poderes sobrenaturais...

No entanto, sempre há o outro lado da moeda: assim como os vampiros, a espada possui uma sede insaciável por sangue e irá induzir o seu portador a deixá-la se alimentar de seus inimigos! Seu usuário será compelido a ferir e sempre que possível matar seus inimigos para saciar os desejos da espada.

Quando ela se alimenta, além de saciar sua sede, ela guarda essa energia (pontos de sangue) que podem ser usados para dentre outras coisas para curar seu portador ou regenerar a espada (caso esteja danificada).

Outras habilidades da espada poderão ser percebidas SE a espada assim o desejar e aceitar seu portador:

- Sentidos Vampíricos que abrangem visão nas trevas, sentido da vibração, audição parabolica, audição e visão aguçadas...
- Força, Agilidade e Vigor sobrenaturais, que permitem por um curto espaço de tempo o seu usuário realizar feitos extraordinários.
- Velocidade Sobrenatural, conferindo uma ação extra a seu portador por poucos turnos, mas suficientes para dar uma grande vantagem a ele em combate!

Observe que a espada possui vontade própria e fará de tudo para convencer seu portador a seguir seus desígnios e realizar suas vontades... O espirito é uma alma amargurada presa contra a vontade naquela espada. Portanto ele não é favorável a ser uma arma com o único objetivo de ferir, ele relutará em ferir e matar inocentes, mas o fará se a sede for insuportável e o seu dono se negar a alimentá-la...


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